Raízes gregas do Humanismo: Platão e Aristóteles

Por Prof. Dr. Delmar Cardoso SJ

Platão e Aristóteles viveram no século 4º a.C. Ambos fundaram escolas de filosofia cujos nomes até hoje têm a ver com lugares que se dedicam à educação e à formação humana. A escola de Platão se chamava Academia e a de Aristóteles é conhecida por Liceu. Essas escolas transmitiram à posteridade o significado de filosofia.

Platão e Aristóteles tiveram uma relação de mestre e discípulo. Eles percebem que o ser humano não é algo simples e o veem na sua complexidade. Para eles o ser humano, apesar de estar ligado à natureza, se distingue pelo fato de dar significado às diferentes coisas, às diferentes pessoas e aos diferentes grupos de pessoas.

Tudo o que existe se caracteriza por possuir alguma diferença em relação às outras coisas, mas há algo que liga todos os seres. Tal elemento unificador era chamado por nomes distintos por Platão e Aristóteles: ideia e substância. Mas ambos os conceitos remetem a uma realidade transcendente e existente que fundamenta todas as demais coisas e pessoas.

Nesse sentido, Platão e Aristóteles preveem que a existência para os seres humanos tem um objetivo que é alcançar a felicidade. Para isso os seres humanos não têm simplesmente  a tarefa de viver, mas é necessário viver bem, isto é, construir uma existência qualificada pela bondade de vida, bondade de ação e bondade de pensamento.

No fundo, isso quer dizer que o ser humano não está completo: ele está sempre em construção, uma construção em que ele próprio assume o papel de artífice. Claro que para a construção chegar a bom termo, impõe-se ao ser humano o uso da razão. Porém nem tudo nele é razão. Os humanos são feitos também de desejo e paixão, os quais entram em conflito e luta com a razão, mas anulam a tarefa de dar sentido à vida ou, em outras palavras, qualificar a vida humana como boa.