CATASTROFISMO E OTIMISMO INGÊNUO

Música: Wayra (vento, em língua aymara). © 2016, Cristóbal Fones, SJ

Texto: João Batista Libanio. Em busca de lucidez. O fiel da balança. São Paulo: Loyola, 2008, pp. 24-25.

“Entre o catastrofismo assustador e o otimismo beato, cabe a racionalidade sensata e lúcida. Os anunciadores de catástrofes facilmente deslizam para posturas moralizantes e nostálgicas, ao amaldiçoar o progresso. Desconhecem que a humanidade já se encontrou em situações extremamente graves e conseguiu superá-las. A história recarrega-se misteriosamente de esperança em nome da reserva espiritual que existe nas pessoas, nas culturas, nas religiões. A tecnologia dispõe de recursos para deter ou até mesmo reverter o processo de destruição da natureza.

(…)

A euforia ingênua, por sua vez, peca por irresponsabilidade grave. Serve como inocente útil aos poderes exploradores que agem sob o impulso do lucro a curto prazo. Capitula facilmente diante do afã do desenvolvimento pelo desenvolvimento sem medir as consequências, sem ética e história. Temor e esperança: dois ingredientes necessários para situar-nos lucidamente no momento atual. O temor alerta para o perigo. A esperança abre caminhos de futuro e desencadeia ações adequadas e a tempo na criação de um ethos sustentável de vida”.

Meditação:

O Passo a pensar de hoje será em torno do tema “Catastrofismo e otimismo ingênuo”. Partiremos de um trecho do livro “Em busca de lucidez. O fiel da balança”, do professor e teólogo João Batista Libanio. Escutemos sua reflexão:


Ao falar sobre situações de crise, o teólogo nos ajuda a refletir sobre a atitude justa que deve ser encontrada entre o anúncio desesperado de cenários catastróficos e uma negação otimista e irresponsável da gravidade dos problemas enfrentados. Percebo alguma dessas duas atitudes extremas em minha forma de lidar com o mundo e com aquilo que escapa ao meu controle?


A atitude justa sugerida por Libanio repousa sobre dois grandes pilares humanistas: de um lado, a busca de sensatez e lucidez, frutos de uma razão amadurecida e bem informada; do outro lado, a memória tanto da diversidade dos recursos espirituais desenvolvidos pela humanidade, quanto da superação criativa das crises do passado. Identifico es dois pilares em mim? Qual deles devo reforçar para manter-me de pé em momentos de crise?


Escutemos, uma segunda vez, a reflexão de João Batista Libanio.


O teólogo sugere o temor e a esperança como atitudes interiores que nos conduzem, ao mesmo tempo, a identificar os perigos e sonhar novos caminhos para o futuro. Encontro em mim essas duas atitudes? Concordo com o caminho de equilíbrio proposto pelo professor?


Vamos chegando ao fim do Passo a pensar de hoje. O que aprendi neste breve tempo de reflexão? O que gostaria de aprofundar e partilhar com outras pessoas?

Que você tenha um dia cheio de sabedoria.