Tua Graça nos basta

Não posso abrumar-te com teimosos argumentos nem com obsessivas orações para que me concedas saúde para servir-te; vida longa para fazer mais coisas; honra para encontrar as portas abertas; abundantes recursos para ser mais eficiente. Não posso pedir tampouco sofrimentos, presumindo de minhas forças, como se tu necessitasses de uma cota de dor para conceder-nos as coisas necessárias. Eu somente quero pedir-te o que tu sempre me ofereces, teu amor e tua graça que engendram vida, mas podem levar à morte por defender os espoliados; que criam saúde, mas podem levar a perdê-la no serviço aos mais fracos; que nos fazem amáveis, mas podem provocar desqualificação social porque não nos acomodamos às leis; que frutificam a terra com todos os bens necessários, mas podem deixar-nos sem nada por fazer-nos irmãos dos desprezados de teu mundo. Eu somente quero pedir-te teu amor e tua graça, que os acolha em mim como a última verdade. E que meu coração diga: “Me basta”.

Benjamín González Buelta. “Tua graça nos basta”. In: Salmos para sentir e saborear as coisas internamente. Disponível em: http://historico.cpalsj.org/wp-content/uploads/2013/04/Salmos-para-sentir-e-saborear-as-coisas-internamente.pdf

Meditação:

O que pedimos a Deus em nossas orações? O que pode realmente saciar nosso desejo de Plenitude? Para nos ajudar a refletir sobre isso, o Passo a Pensar de hoje propõe a oração poética “Tua graça nos basta”, do poeta jesuíta Benjamín González Buelta. Escutemos o que ele diz:

Benjamín González Buelta começa sua oração poética falando daquilo que ele não quer pedir: aí aparecem coisas boas – como a saúde, a vida longa, a honra e os bens – ou desagradáveis – como o sofrimento –, expressando tipos distintos de espiritualidade. Em suas orações, o que você pede a Deus? Que tipo de espiritualidade transparece nesses pedidos?

O poeta jesuíta continua sua oração falando dos paradoxos da graça: a bênção recebida de Deus nos conduz a um esvaziamento, a uma perda em vista da doação e da comunhão com os outros. Esta consciência se torna ainda mais aguda quando contemplamos a cruz de Jesus Cristo. Você se dá conta destas perdas por amor? Sua oração tem ajudado você a se aproximar daqueles que este mundo despreza?

Buelta termina sua oração pedindo somente duas coisas: o amor e a graça, à maneira de Jesus. O caminho cristão só deseja nos conduzir a parecer mais com Ele, a aprender a encontrar a Plenitude e a ensinar nossa voracidade a dizer um “basta” diante dos bens deste mundo. Você tem aprendido a experimentar a graça e a dizer “me basta”? O que ainda lhe falta para entrar na madura Alegria do amor?

Vamos chegando ao fim de mais um Passo a Pensar. Em que pontos a reflexão de hoje mais lhe inspirou e provocou?

A Faculdade Jesuíta deseja que você busque somente o amor e a graça que podem saciar seu coração!

Locução: Lucimara Trevizan e Francys Silvestrini Adão SJ

Música: It Is Well With My Soul – Horatio G. Spafford/Philip P. Blis © CD Sanctus – Paulinas.