Para sair de uma pandemia, é preciso cuidar-se e cuidar uns dos outros. E devemos apoiar aqueles que cuidam dos mais débeis, dos doentes e dos idosos. Há o hábito de deixar os idosos de lado, de abandoná-los: isso é mau. Estas pessoas – bem definidas pelo termo “cuidadores”, aqueles que cuidam dos doentes – desempenham um papel essencial na sociedade atual, mesmo que muitas vezes não recebam o reconhecimento nem a remuneração que merecem. Cuidar é uma regra de ouro da nossa condição humana, e traz consigo saúde e esperança. Cuidar dos doentes, dos necessitados, dos abandonados: esta é uma riqueza humana e também cristã. Devemos de igual modo dirigir este cuidado à nossa casa comum: à terra e a cada criatura. Todas as formas de vida estão interligadas, e a nossa saúde depende da saúde dos ecossistemas que Deus criou e dos quais Ele nos encarregou de cuidar. Por outro lado, abusar deles é um pecado grave (…) que é prejudicial e que nos deixa doentes. O melhor antídoto contra este mau uso da nossa casa comum é a contemplação. (…) «Quando não se aprende a parar a fim de admirar e apreciar o que é belo, não surpreende que tudo se transforme em objeto de uso e abuso sem escrúpulos». (…). No entanto, a nossa casa comum, a criação, não é um mero “recurso”. As criaturas têm um valor em si mesmas e «refletem, cada uma à sua maneira, um raio da infinita sabedoria e bondade de Deus». Este valor e este raio de luz divina devem ser descobertos e, para os descobrirmos, precisamos de estar em silêncio, precisamos de ouvir, e precisamos de contemplar. Também a contemplação cura a alma.
Papa Francisco. Cuidar-se e cuidar uns dos outros. Disponível em: https://www.catequesehoje.org.br/raizes/catequese-do-papa/2081-cuidar-se-e-cuidar-uns-dos-outros
Meditação:
Neste mês especialmente chamado “Tempo da Criação”, que atitudes devemos desenvolver diante dos outros e do conjunto da criação de Deus? Para nos ajudar a refletir sobre esta questão, o Passo a penar de hoje traz um trecho de uma catequese do Papa Francisco, “cuidar-se e cuidar uns dos outros”. Escutemos o que ele nos diz:
O Papa Francisco fala do cuidado como uma atitude necessária para sair da pandemia: cuidado de si, dos outros, da casa comum. Mas ele chama a atenção para os cuidadores e cuidadoras que, de modo quase invisível, acompanham as pessoas mais frágeis, aquelas que, com maior frequência, ficam abandonadas. Dedico um tempo para pensar nesses profissionais do cuidado e agradecer por seu serviço essencial?
Francisco alerta para um modo de relação com os outros e com a casa comum que não traz saúde e esperança: usar e abusar do mundo, sem limites nem escrúpulos, considerando tudo como um recurso que deve ser utilizado e esgotado. Percebo esta tendência em mim e à minha volta? O que eu posso fazer para colaborar com uma mudança de mentalidade e de atitude, em mim e nos outros?
O Papa propõe um antídoto à falta de cuidado: a contemplação! Aprender a apreciar e admirar a beleza e o valor intrínseco de cada pessoa e de cada criatura. Isso supõe silêncio, escuta, conversão do olhar. Identifico em mim este olhar contemplativo? Quero aprender a desenvolvê-lo?
Vamos chegando ao fim de mais um Passo a pensar. Em que pontos a reflexão de hoje mais lhe inspirou?
A Faculdade Jesuíta deseja que sejamos cuidadores e cuidadoras da bela criação de Deus!
Locução: Lucimara Trevizan e Francys Silvestrini Adão sj
Música: Be Thou My Vision – J.H. Desrocquettes/Ancient Gaelic © CD Sanctus – Paulinas.