Menos “stories” e mais histórias

Vivemos em um tempo bastante moderno, que criou, através das redes sociais, uma necessidade trivial (pra uns, vital), que é a prática dos stories. O lugar em que estamos, o que estamos comendo, com quem estamos, é compartilhado naquele momento. Às vezes, deixamos até de valorizar a presença ou saborear aquele lugar com a ansiedade de compartilhar stories. Todavia, há uma necessidade muito mais efetiva que devemos cultivar como essencial em nossa vida, que é: fazer histórias, compartilhar histórias para fazer memória. Quando deixamos de viver o presente, estamos deixando de fazer memória. Memória é tudo aquilo que vai restar de nós em nós, e do outro em nós. Vivamos para fazer memória, tendo em vista que a cada dia, e cada momento é como um pedaço de uma grande colcha de retalhos. Dia a dia, vamos costurando experiências com experiências, e assim, no fim da nossa vida, teremos uma grande colcha que será capaz de nos amparar, teremos memória para recordar e isso será a única coisa capaz de ter feito a vida valer a pena. Faça stories, mas fazer mais histórias vai fazer mais sentido!

Sandra Marchiori. “Menos stories e mais histórias”. In: https://www.instagram.com/p/CG8dKuiHPt9/

Meditação:

Em tempos de distanciamento, as redes sociais ocupam um lugar ainda mais importante em nossas vidas. Mas como elas podem nos auxiliar ou dificultar nossa busca de humanização e de sentido? Para nos ajudar a refletir sobre essa questão, o Passo a Pensar de hoje nos propõe o texto “Menos stories e mais histórias”, da psicóloga Sandra Marchiori.

Sandra Marchiori faz referência a uma prática muito comum nas redes sociais: compartilhar stories. Este desejo de compartilhar informações sobre lugares, comidas ou companhias é uma prática corriqueira que, segundo ela, tornou-se cotidiana e vital para algumas pessoas. Qual é a sua relação com as redes sociais? Quanto de sua vida real é compartilhado neste espaço virtual?

A psicóloga alerta para um risco: a ansiedade de compartilhar uma experiência no espaço virtual pode nos impedir de saborear mais profundamente o momento, de viver tornando-nos mais presentes a cada experiência feita. Ela chama isso de “fazer história”, o que nos levará, posteriormente, a contar histórias realmente vividas. Identifico este comportamento em mim e nas pessoas do meu convívio? Tenho me permitido viver minha história para poder contá-la, posteriormente, com mais autenticidade?

A partir da bela imagem da colcha de retalhos, Sandra Marchiori resgata a importância da memória em nosso processo de humanização: memória daquilo que vivemos intensamente, memória dos outros com quem nos encontramos. Enquanto os stories são fugazes e efêmeros, a memória conservada e compartilhada dá um sentido mais profundo à nossa história. Que relação tenho com minha história? Como abro espaço para recordações – boas ou desagradáveis – que compõem a sinfonia singular de minha vida?

Vamos chegando ao fim de mais um Passo a pensar. O que achei da reflexão proposta hoje? Gostaria de revisitar e aprofundar algum ponto que me pareceu esclarecedor?

A Faculdade Jesuíta deseja que você, fazendo história e fazendo memória, encontre beleza e sentido nos retalhos de sua vida!

Locução: Lucimara Trevizan e Francys Silvestrini Adão SJ

Música: Crepúsculo. © 2016, Cristóbal Fones, SJ