Acolher nossos fracassos

A vida é constituída de momentos de luta e de coragem, de sonhos e de esperança, de vitórias e de derrotas. Este é o material com o qual são construídas nossas histórias, pessoais e coletivas. Todos nós já vivemos experiências de fracassos, quando tudo desmorona, quando tudo nos é tirado, quando perdemos o chão, quando parece que evapora tudo aquilo sobre o qual tínhamos investido todo o nosso amor e toda a nossa energia e criatividade. (…) [Mas] o fracasso pode ser, à luz da Ressurreição, desvelador da natureza do ser humano, que vai amadurecendo, superando o sentimento infantil de onipotência, descendo do pedestal de sua soberba para tornar-se mais humano, mais amoroso, mais confiante… Os fracassos podem se revelar como ocasião privilegiada para ativar outros recursos humanos que não tiveram chance de se expressarem. (…) Em nosso contexto social, o fracasso é vivido como uma perda de prestígio e poder. Mas se o situamos no horizonte da Ressurreição, ele pode ser elaborado saudavelmente e, então, poderemos descobrir que o fracasso pode ser fonte de fecundidade. A Ressurreição nos ajuda a re-significar, a re-ler, a re-interpretar todos os nossos dramas, crises, feridas, fracassos… Tudo é acolhido, tudo é integrado, tudo é mobilizado para dar um novo passo em direção a um novo futuro de vida.

Adroaldo Palaoro. “A Ressurreição revela sua força transformadora nos fracassos”. In: https://www.centroloyola.org.br/revista/outras-palavras/espiritualidade/2565-a-ressurreicao-revela-sua-forca-transformadora-nos-fracassos

Meditação:

Como lidamos com nossos fracassos? Há alguma positividade e fecundidade escondidas nestas experiências? Para nos ajudar a refletir sobre isso, o Passo a Pensar de hoje traz um trecho do texto “A Ressurreição revela sua força transformadora nos fracassos”, do padre jesuíta Adroaldo Palaoro. Escutemos o que ele nos diz:

Adroaldo Palaoro descreve a sensação provocada por uma experiência de fracasso: trata-se de algo vivido como negativo – um desmoronamento, uma perda, uma evaporação –, mas sempre ligado a algo positivo – um investimento de amor, de energia, de criatividade. Você identifica essas duas dimensões em suas experiências de fracasso?

O jesuíta convida-nos a olhar além da sensação desagradável. Ele apresenta o fracasso como um kairós, um momento favorável para a humanização e a maturidade, que nos leva a abandonar falsas imagens de nós e dos outros e a descobrir novas dimensões que nos eram desconhecidas. Como você lida com seus fracassos? Já recolheu alguns bons frutos deles?

Adroaldo propõe, por fim, reler as experiências de fracasso à luz da Ressurreição. A fé nos faz enxergar os recomeços, a permanência das relações mais importantes, a força da vida. É só a partir da consciência deste dom que permanece que nós podemos acolher e integrar todas as experiências – inclusive as mais dolorosas – que fizeram de nós quem nós somos. Como esta proposta pode converter seu modo de olhar a sua vida?

O Passo a Pensar de hoje vai chegando ao fim. Você concorda com a reflexão proposta? Que pontos merecem um maior aprofundamento?

A Faculdade Jesuíta deseja que saibamos amadurecer com todas as nossas experiências humanas

Música: It Is Well With My Soul – Horatio G. Spafford/Philip P. Blis © CD Sanctus – Paulinas.

Produção e Locução: Lucimara Trevizan e Francys Silvestrini Adão sj