Gentileza gera gentileza… Indiferença gera indiferença. Tenho o hábito de usar esta expressão para explicar o poder que temos ao fazer o bem e o poder que temos quando não o fazemos. Não quer dizer que façamos mal, apenas nos omitimos a fazer o bem e isso é totalmente diferente, mas se calhar, produz resultados semelhantes. Parece que caiu em desuso a gentileza, pois aparenta alguma fraqueza, dado que alguém abdica de algo seu de direito para dar aos outros (dar um lugar na cadeira, ceder passagem no trânsito, segurar uma porta). (…) Não é a gentileza que resolve tudo, mas pode fazer a diferença entre um dia bom e um dia menos bom. (…) O mesmo se aplica para a indiferença, basta pensares na quantidade de mensagens que ignoras, na quantidade de oportunidades que tens para dizer algo simpático, para fazer algo que pode transformar o dia de alguém, e por consequência o teu. (…) A gentileza é um rasgo de luz num mundo em que a indiferença te coloca num aparente lugar seguro pois não incomodas nem és incomodado, simplesmente porque não vês nada nem ninguém, ou finges. (…) Espero que nesse processo, não ignoremos nada importante que nos passou à frente dos olhos.
Raquel Rodrigues. “Gentileza gera gentileza… Indiferença gera indiferença” In: https://www.imissio.net/artigos/49/5123/gentileza-gera-gentileza-indiferenca-gera-indiferenca/
Meditação:
É possível dizer que, em nossas relações humanas, nós colhemos o que plantamos? Quais têm sido nossas escolhas cotidianas? Para nos ajudar a refletir sobre isso, o Passo a Pensar de hoje nos propõe um trecho do texto “Gentileza gera gentileza… Indiferença gera indiferença”, da cronista portuguesa Raquel Rodrigues. Escutemos o que ela nos diz:
Raquel Rodrigues fala de um pequeno poder discreto, que todas as pessoas possuem: fazer o bem ou deixar de fazê-lo. E tanto uma atitude quanto a outra têm um efeito de replicação: elas geram, nos outros, atitudes semelhantes. Você se dá conta deste pequeno poder no seu dia-a-dia? Percebe este efeito gerador, presente em seus atos ou omissões?
A cronista lamenta o desaparecimento ou a diminuição dos simples gestos de gentileza no espaço público. Em seu lugar, cresce uma postura generalizada de indiferença, que acaba por barrar os encontros surpreendentes e agradáveis que transformam o nosso dia e o dia dos outros. Você nota este fenômeno à sua volta? E sua postura? É mais gentil ou indiferente?
Raquel Rodrigues faz um alerta: por causa da ilusão de não incomodar e não ser incomodados, acabamos por ignorar experiências, pessoas, situações importantes para nós. Perdemos, assim, a oportunidade de receber a luz surpreendente que vem dos pequenos gestos de amor. Você nota este perigo em suas relações cotidianas? Como reverter esta situação?
Vamos chegando ao fim de mais um Passo a Pensar. Há algum ponto desta reflexão que você queira aprofundar e revisar?
A Faculdade Jesuíta deseja que sejamos capazes de redescobrir a alegria de receber e oferecer pequenos gestos de gentileza!
Música: As Rain In The Desert Brings Hope – D.T. Halpin, fsp/G.A. Richards, fsp © CD Sanctus – Paulinas.
Produção e Locução: Francys Silvestrini Adão SJ e Lucimara Trevizan