Quantas vezes dás por ti a olhar para o passado, para as opções que fizeste, e a não gostar do que vês? Espero que não muitas. Mas é certo que volta e meia temos a tendência de olhar para a nossa vida e nem sempre ficamos confortáveis com o que vemos. Será que escolhemos bem o curso? Será que escolhemos bem as companhias? E se tivesse arriscado? E se tivesse dito não, ou dito sim? E se tivesse mudado de emprego? Mudado de país? E se não me tivesse acomodado? E se…. A vida está repleta de SESSSSSSS. Eu tenho muitos! Mas reconheço que a maioria das decisões que tomamos são cartas fechadas. Ora porque éramos muito novos. Ora porque não sabíamos o que sabemos agora. Ora porque não ouvimos quem nos aconselhou. Enfim…! E como viver com esses SESSSSSS? (…) Como viver com a nostalgia das decisões passadas? Não sei! Prefiro refletir sobre o que sinto e deixar que o discernimento divino sopre para a melhor atitude. Umas vezes o vento sopra para a resignação, outras para revolta, e outras o vento impele-me à mudança. Seja qual for o SE…aproveita-o, nunca se sabe se não é o início de uma bela história de sucesso.
Raquel Rodrigues. “Acomodei-me e agora?” In: https://www.imissio.net/artigos/69/5355/acomodei-me-e-agora/
Meditação:
Como lidamos com as decisões já tomadas? O que fazer quando a dúvida bate em relação ao passado? Para nos ajudar a refletir sobre isso, o Passo a Pensar de hoje nos propõe um trecho do texto “Acomodei-me e agora?”, da cronista portuguesa Raquel Rodrigues. Escutemos o que ela nos diz:
Raquel Rodrigues começa sua reflexão, narrando uma experiência muito comum, mas desconfortável, de relação com as decisões tomadas no passado. Surgem perguntas sobre os possíveis caminhos alternativos, sobre como estaríamos agora, todas começando pela expressão “e se?”. Você já passou por esta experiência? De que modo ela afeta sua relação com sua história?
A cronista reconhece que já não é possível voltar ao passado para alterá-lo. E enumera as razões pelas quais uma decisão pode ter sido ineficaz ou equivocada: pouca idade, menor conhecimento da vida, fechamento ao conselho dos outros. Alguns desses dados não dependem de nós, pois são próprios da condição humana; outros são mutáveis, e dizem respeito a nosso modo de viver nossa vida única, em relação com os outros. Como você lida com essa dupla realidade?
Raquel Rodrigues não quer dar receitas prontas. Mas ela compartilha o modo como ela própria lida com a nostalgia em relação ao passado. Ela fala em reflexão sobre os sentimentos e discernimento sobre a proposta divina para cada momento: a resignação, a revolta ou a mudança são experiências e respostas possíveis, em momentos diferentes da vida. Esta partilha da cronista inspira você? Como você lida com essa nostalgia?
Vamos chegando ao fim de mais um Passo a Pensar. Há algum ponto desta reflexão que você queira aprofundar e revisar?
A Faculdade Jesuíta deseja que sejamos pessoas conscientes de si e capazes de criar uma harmonia entre o passado e o presente, em vista de um futuro pacificado e feliz!
Música: As I Kneel Before You – Maria Parkinson Higgins © CD Sanctus – Paulinas.
Produção e Locução: Lucimara Trevizan e Francys Silvestrini Adão SJ
Realização: Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia