A PANDEMIA E A MANIFESTAÇÃO DO HUMANO
Qual é a minha verdadeira vocação no mundo? Como poderei contribuir para uma realidade mais justa, agora e depois da pandemia? Nestas perguntas, afastamo-nos do estreito campo das percepções reais emigramos para o possível, como também ocorre com o filósofo político que constrói a sua utopia. A crise e tudo o que ela denuncia despertam e renovam ideais em nós. (…) Deste modo,algo da nossa humanidade põe-se à mostra ao longo da pandemia. No isolamento,reconhecemos a necessidade de nos nutrirmos de amplo repertório simbólico, que caracteriza o nosso “mundo” genuinamente humano. Pelo contato com tal repertório, conectamo-nos com o fictício, o poético, o religioso, eixos que extraem o ser humano da sua experiência mais imediata. O deslocamento do real também se confirma com o nosso sentimento de pertença a uma tradição. O vínculo do ser humano com gerações fisicamente ausentes manifesta-se igualmente em direção ao futuro, em considerações sobre a melhor forma de habitar a Terra. No compromisso com a continuidade do mundo e da humanidade, que pressupõe a responsabilidade com o presente, verificamos a insuficiência da autorrealização e sentimos a necessidade de cultivarmos um “sentimento de envolvimento” com a sociedade e o meio-ambiente. Se a pandemia vem desvelando estes e outros traços fundamentais do humano, esperamos que, a partir dela, também sejamos capazes de aprofundar a nossa humanidade.
MEDITAÇÃO
Como este tempo de pandemia pode nos ajudar a aprofundar nossa humanidade? Que traços do humano nos são mais claramente revelados? O Passo a Pensar de hoje nos propõe refletir sobre este tema a partir de trechos do artigo “A pandemia e a manifestação do humano”, do músico e professor de filosofia Clovis Salgado Gontijo. Ouçamos o que ele nos diz:
Para muitos de nós, só é possível suportar o isolamento social e a crise gerada ou revelada pela pandemia porque podemos recorrer ao que o professor chama de “repertório simbólico”, ou seja, a experiência artística, religiosa, cultural. Como tenho cultivado meu espaço simbólico neste tempo?
O ser humano está sempre inserido na experiência – às vezes dura – do real. Mas nós também somos capazes de construir utopias, despertar ideais, descobrir e inventar novos “possíveis”.Tenho me permitido sonhar com novos mundos, novas relações, novos modos de sermos humanos e vivermos em sociedade?
A crise pode nos abrir a possibilidades antes inimagináveis. Ouçamos novamente a reflexão do professor.
O professor nos lembra que nossa capacidade de deslocamento nos permite entrar em contato com as gerações quenos precederam e com aquelas que virão depois de nós. Esta experiência de pertença nos ajuda a refletir sobre qual é a melhor maneira de viver e sobre oque queremos para o futuro da humanidade. Mais que isso: nós somos envolvidos e envolvidas na construção desse futuro. Como você deseja contribuir para que o mundo seja mais justo e humano agora e depois da pandemia?
O Passo a Pensar de hoje vai chegando ao fim. Concordo com as reflexões propostas?
A Faculdade Jesuíta deseja que você seja capaz de vislumbrar e modelar um mundo mais humano.
TEXTO : “A panemia e a manifestação do humani”, de Clovis Salgado Gontijo. Disponível em https://www.faculdadejesuita.edu.br/artigo/a-pandemia-e-a-manifestacao-do-humano-05052020-145120. Acessado no dia 08/07/2020.
Música: The Old Refrain – Fritz Kreisler © CD Sanctus – Paulinas.
Locução: Lucimara Trevizan e Francys Silvestrini Adão sj