O mais certo é cada um e cada uma de nós acordar de manhã e entrar na rotina dos dias, sem muito tempo para pensar como vai e como pode acontecer a nossa vida. Porém, muitas vezes somos surpreendidos e a vida é moldada por medos que entram dentro de nós sem pedir licença e sem data certa para se retirarem. Alguns, são reflexo do mundo em que vivemos e face a situações semelhantes pensamos que o mesmo nos pode acontecer e aí nasce o medo. Outros, são criações da nossa cabeça, em pensamentos que custam disciplinar. Muitas vezes já nem é das situações reais ou imaginadas por nós que nos escondemos. Escondemo-nos do próprio medo. A verdade é que o medo pode tolher-nos a vida, desde os reais aos irreais, preenchendo – e muito – o tempo da nossa cabeça e fazendo-nos acreditar que a vida acontecerá de determinada forma, quando, muitas vezes, o seu alinhamento vai noutro sem que queiramos e consigamos ver, mas que no entanto é o mais positivo. É aqui que entra a fé, essa senhora madura e que nos traz a serenidade necessária para podermos conviver com todos os acontecimentos, previstos e não previstos, e tratar com cuidado e sabedoria os rasgões deixados pelos traumas criados pelo medo. A vida não é isenta de tempestades, mas ainda assim, nestas precisamos de navegar com a firme certeza de que Alguém nos conduz e quer o melhor – só o melhor – para nós. Quanto tempo falta para a tempestade acalmar ou terminar? Não sabemos. Em períodos da vida, muitas vezes umas sucedem-se a outras sem que haja grandes tempos de grande bonança. Ainda assim, é a fé que nos move a remar com confiança e a saber que chegaremos a bom porto. É que esse Alguém que pensamos que nos espera do outro lado da tempestade, já rema conosco. E é a fé o que nos ajuda a colocar todos os acontecimentos em perspectiva.
Cristina Duarte. “Entre o medo e a fé”. In: https://www.imissio.net/artigos/49/4068/entre-o-medo-e-a-fe/
Meditação:
O que nossos medos falam sobre nosso mundo interior? Como podemos vencê-los? O Passo a Pensar de hoje quer nos ajudar a refletir sobre isso, a partir do texto “Entre o medo e a fé”, da cronista portuguesa Cristina Duarte. Escutemos o que ela tem a nos dizer:
Cristina Duarte descreve três tipos de medo: alguns são reações pessoais aos perigos e sofrimentos pelos quais outros estão passando no mundo real; outros são frutos de nossa imaginação, de alguns pensamentos indisciplinados de nosso mundo interior; por fim, há ainda o medo e a fuga do próprio sentimento de medo. Você identifica em sua experiência estes três tipos de medo?
A cronista apresenta a fé como um antídoto contra o medo. Ela descreve esta fé como uma atitude madura diante da vida, uma capacidade de assumir com serenidade os imprevistos, uma convicção interior de que estamos acompanhados na travessia de nossa vida. Você compreende a fé desta maneira? Como sua fé tem sido um auxílio para a superação de seus medos?
Cristina utiliza as metáforas da navegação, da tempestade e da bonança para falar do ritmo de nossa vida. Encontramos a força para chegar a um porto seguro quando nos cremos amados, queridos, esperados por alguém, seja ele um amigo, uma amiga ou o próprio Deus. De onde você tem tirado forças para continuar remando nos momentos de tempestade, de crise e de dor? Tem reconhecido a companhia de outros nesta grande navegação?
Vamos chegando ao fim de mais um Passo a Pensar. Em que pontos a reflexão de hoje mais lhe inspirou e provocou?
A Faculdade Jesuíta deseja que você navegue na vida sem medo e com fé n’Aquele que só quer o melhor para você!
Produção e Locução: Lucimara Trevizan e Francys Silvestrini Adão SJ
Música: Morning Has Broken – Tradicional Gaelic Melody © CD Sanctus – Paulinas.
Realização: FACULDADE JESUÍTA DE FILOSOFIA E TEOLOGIA