A esperança tem duas faces ou dois modos. O primeiro modo podemos chamar de extrapolação. Este tem a ver com o futuro. (…) É essa a esperança que nos acompanha na grande maioria das atividades que realizamos no cotidiano, é a que move grande parte das nossas decisões, dos nossos empreendimentos; é a motivadora da nossa busca pelo bem-estar, ascensão e projeção social. (…) O segundo modo da esperança é o da promessa. Este modo da esperança tem a ver com advento. Trata-se de alguém-que-vem-a-mim, não para me dar um bem qualquer e depois se retirar, mas para estar e ficar comigo, fazendo-se dom, fazendo-se o ‘meu’ bem”. Na promessa entre pessoas livres que se desejam e se esperam, uma diz à outra: “estarei contigo até a morte”; na promessa divina, o Outro por excelência diz: “estarei contigo para sempre”. (…) [Por isso], o Tempo do Advento representa um reavivamento da esperança; é o tempo em que se espera a vinda de alguém como o Bem supremo, como libertador, como salvador. (…) Só o amor é digno de fé, e só o amor mantém acesa a esperança; e, no entanto, é na esperança que o amor realmente pode ser o que a fé crê que ele seja: eterno!
Luiz Carlos Sureki SJ. “Futuro X Advento: duas faces da esperança”. In: https://faculdadejesuita.edu.br/futuro-x-advento-duas-faces-da-esperanca/
Meditação:
O que é, de fato, a esperança da qual tanto falamos no tempo do Advento? Como esta esperança nos revela algo que é próprio do amor? O Passo a Pensar de hoje quer nos ajudar a refletir sobre isso, a partir de um trecho do texto “Futuro X Advento: duas faces da esperança”, do professor de Filosofia e Teologia, Luiz Carlos Sureki. Escutemos o que ele tem a nos dizer:
Luiz Carlos Sureki fala de uma primeira maneira de se conceber a esperança. Ela extrapola o tempo presente e nos projeta no futuro, dando movimento tanto às nossas atividades cotidianas, quanto às nossas descobertas civilizacionais, sempre em busca de um bem. Você reconhece esta forma da esperança presente em você e nas dinâmicas de nossa sociedade?
O professor apresenta outra experiência de esperança, própria do que chamamos Advento. Ela já não é mais fundada no tempo e em nossas buscas, mas na palavra de um Outro, que nos busca, que promete estar conosco e se tornar nosso Bem, abrindo, assim, os limites do nosso tempo à dinâmica da eternidade. Você já parou para pensar nesta segunda maneira de esperar?
Luiz Carlos sugere que o tempo do Advento é para reavivar este segundo tipo de esperança: lembrar-se das promessas de um Bem maior, voltar a crer num amor que permanece, aprender a se tornar filhos e filhas da eternidade. Você pensa no Advento dessa maneira? Como esta proposta chega ao seu coração?
Vamos chegando ao fim de mais um Passo a Pensar. Gostaria de retomar algum ponto desta reflexão?
A Faculdade Jesuíta deseja que todos creiam e esperem ativamente o Amor que sempre vem!
Música: Parteiros do Mistério © Francys Adão SJ (Arranjo de PC Bernardes)
Locução: Lucimara Trevizan e Francys Silvestrini Adão SJ