Aprender o amor em família

Não há duas famílias iguais, assim, a maior parte das comparações não são boas, porque não têm em conta o mais importante: a singularidade de cada pessoa que as compõe. Igual é no mundo do trabalho, onde cada equipe, por maior que seja, depende muito mais de cada um dos membros do que possa parecer. Não há famílias felizes sem que tenham de investir muito tempo, esforço e afeto para que assim seja. Numa qualquer família, os laços naturais são os menos importantes, na medida em que a paz e a felicidade nunca são automáticas, bem pelo contrário… se nada se fizer, então é certo que haverá discórdia e infelicidade. É preciso decidir, cada dia, ser família da nossa família. (…) Amar é encontrar espaço para o outro poder ser quem é, mas nunca demasiado próximo. E tempo para se aperfeiçoar, sem nunca deixar de acreditar que ele é capaz, por mais que os fracassos se sucedam. (…) Só serei feliz se alguém o chegar a ser por minha causa! (…) O melhor de mim não é para mim. O amor leva-nos ao outro e permite que nos realizemos. Somos de quem amamos, porque decidimos que assim é, fazendo o que for necessário para que assim seja. O amor não é um gesto, é uma vida inteira.

Jose Luís Nunes Martins. “Só és no amor e és de quem amas”. In: https://www.imissio.net/artigos/49/4807/so-es-no-amor-e-es-de-quem-amas/

Meditação:

Que lugar nossas famílias ocupam na formação de nossa humanidade? De que modo aprendemos aí a experiência fundante que chamamos “amor”? O Passo a Pensar de hoje quer nos ajudar a refletir sobre isso, a partir de um trecho da crônica “Só és no amor e és de quem amas”, do filósofo e escritor português José Luís Nunes Martins. Escutemos o que ele nos diz:

José Luís Nunes Martins diz algo que parece evidente, mas que talvez valha a pena saborear com mais calma. Não há duas famílias iguais, não há duas pessoas iguais, não há duas equipes iguais… Somos marcados pela singularidade e isso desencoraja comparações apressadas. Passe um tempo refletindo sobre a singularidade e as comparações em sua vida.

O filósofo fala da família como o lugar das relações fundantes, que vão muito além dos laços de sangue. Aí, como em todos os lugares, a paz e a felicidade dependem do engajamento de cada um em ajudar o outro a ser quem ele é. Traga à sua memória momentos de paz e de conflito em sua família e reflita sobre o que motivou uma coisa e a outra.

José Luís diz algo forte, que merece ser repetido: “só serei feliz se alguém o chegar a ser por minha causa”. Esta é a lógica do amor, da saída de si, que vamos aprendendo, pouco a pouco, em nossa família, até que isso possa ganhar os espaços dos estudos, do trabalho, do namoro, da vida de fé. Você reconhece, em sua história, pessoas que se empenharam para que você fosse feliz? Seu coração é agradecido por isso?

O Passo a Pensar de hoje vai chegando ao fim. Você concorda com a reflexão proposta? Que pontos merecem um maior aprofundamento?

A Faculdade Jesuíta deseja que cada um de nós aprenda a amar sua família e, a partir dela, a amar o mundo inteiro!

Música: It Is Well With My Soul – Horatio G. Spafford/Philip P. Blis © CD Sanctus – Paulinas.

Produção e Locução: Lucimara Trevizan e Francys Silvestrini Adão SJ