Ser mãe é saber guardar

[Um] olhar inclusivo, que supera as tensões guardando e meditando no coração, é o olhar das mães, que nas tensões, não separam, mas guardam-nas, e assim cresce a vida. É o olhar com que muitas mães abraçam as situações dos filhos. É um olhar concreto, que não se deixa condicionar pelo desconsolo, nem se deixa paralisar perante os problemas, mas coloca-os num horizonte mais amplo. (…) Vêm à mente os rostos das mães que assistem um filho doente ou em dificuldade. Quanto amor há nos seus olhos, banhados de lágrimas, que ao mesmo tempo sabem inspirar motivos de esperança! Trata-se de um olhar consciente, sem ilusões, e, todavia, sem se deter na tristeza e nos problemas, oferece uma perspectiva mais ampla, a perspectiva do cuidado, do amor que regenera a esperança. É isto que fazem as mães: sabem superar obstáculos e conflitos, sabem infundir a paz. Assim conseguem transformar as adversidades em ocasiões de renascimento e em ocasiões de crescimento. Fazem-no porque sabem guardar. As mães sabem guardar, sabem manter os fios da vida todos juntos. Há necessidade de pessoas capazes de tecer fios de comunhão, que contrastem os numerosos fios de arame farpado das divisões; fios de comunhão, isto sabem-no fazer as mães.

Papa Francisco. homilia do dia 1º de janeiro de 2022. https://www.vatican.va/content/francesco/pt/homilies/2022/documents/20220101_omelia-madredidio-pace.html

Meditação:

Como a maternidade de Maria nos ajuda a compreender todas as mães? O que há de próprio no modo materno de olhar e se relacionar com o mundo? O Passo a Pensar de hoje quer nos ajudar a refletir sobre isso, a partir do trecho de uma homilia do Papa Francisco. Escutemos o que ele tem a nos dizer:

O Papa Francisco, à luz de uma meditação mariana, destaca três características do olhar de uma mãe: trata-se de um olhar inclusivo, que abraça todas as situações dos filhos; um olhar concreto, que não nega a realidade, nem se paralisa diante dela; um olhar consciente, que diante da tristeza oferece a perspectiva do cuidado. Como a descrição desse olhar de mãe ressoa em seu coração?

O Pontífice traz vários exemplos para ilustrar o modo como as mães se envolvem com as situações adversas de seus filhos: as tensões, as doenças, as dificuldades, as tristezas, os conflitos. E elas se envolvem em vista de ajudar seus filhos a superarem esses obstáculos da vida. Que força é essa capaz de mobilizar a tal ponto uma pessoa em favor de outra?

O Papa Francisco fala da capacidade de transformação presente nas mães: as adversidades se tornam ocasiões de renascimento. São verdadeiros novos partos, nos quais a comunhão é reconstruída, todos os fios da vida são reunidos e tecidos conjuntamente. Passemos um tempinho agradecendo por este dom, por este cuidado guardião que as mães oferecem ao mundo.

Vamos chegando ao fim de mais um Passo a Pensar. Gostaria de retomar algum ponto desta reflexão?

A Faculdade Jesuíta deseja que todos saibamos guardar e cuidar, como aprendemos de nossas mães!

Música: Adoro Te – D.R. © CD Sanctus – Paulinas.

Produção e Locução: Lucimara Trevizan e Francys Silvestrini Adão SJ

Realização: Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia